Um aumento das ameaças obriga a maior investimento. Se os ataques informáticos já eclodiam a cada segundo em todo o mundo, o acelerar da digitalização no último ano deu um novo ímpeto à necessidade de investir em cibersegurança e a procura pela posição de Chief Information Security Officer (CISO) – responsável pela segurança da informação e informática nas empresas – cresceu.
No total, as autoridades portuguesas identificaram 6.525 incidentes em 2020, mais 93% do que no ano anterior, dos quais apenas 1.418 foram analisados e resolvidos.
Por Nuno Cândido, IT Operations, Cloud & Security Associate Director na Noesis:
O tema da cibersegurança é atualmente um dos grandes desafios que se colocam às organizações, independentemente do seu perfil, sector de atividade ou dimensão. A evolução tecnológica e a sofisticação dos ataques é cada vez maior, há cada vez mais ataques, que são cada vez mais complexos e diversificados.
Só entre fevereiro e março de 2020, por exemplo, registou-se um aumento de 84% do número de incidentes de segurança reportados em Portugal, tendo-se registado um aumento de incidentes de mais de 150% em 2020, face ao ano anterior.
Ataques machine-to-machine (M2M), ataques silenciosos, altamente personalizados, ataques de phishing, entre outros, colocam novos desafios de segurança, a que as abordagens tradicionais, não são capazes de responder. Neste sentido, é materialmente impossível afirmar que uma organização está 100% preparada e protegida.
O certo é que o tema da Cibersegurança está cada vez mais no centro das preocupações dos responsáveis das empresas e dos seus CIO. De acordo com o mais recente estudo da IDC —Security Market in Portugal, 2020 - A despesa com segurança da informação vai ultrapassar 197,3 milhões de euros em 2024, o que corresponde a um crescimento anual médio de 6,3% entre 2019 e 2024.
Assim sendo, nota-se no mercado uma atenção e um investimento crescente com os temas de segurança, tal como o surgimento de novas soluções de cibersegurança que apostam em novas abordagens, com recurso à inteligência artificial, machine learning e behaviour analysis, que se revelam mais eficientes, não só ao nível da deteção das ameaças, mas também na resolução e anulação das mesmas.
Artigo Publicado em Jornal Económico