Por Teresa Lopes Gândara, Human Capital Director na Noesis
2020 foi um ano totalmente diferente de qualquer outro. A COVID-19 deixou a sua marca na forma como vivemos e trabalhamos e, embora ainda estejamos a tentar controlar a pandemia, é urgente que comecemos a preparar também o mundo pós-COVID. Este foi um ano complicado para as organizações e, sobretudo, para os profissionais de Recursos Humanos, que tiveram de criar novas políticas de trabalho à distância, implementar ferramentas que permitissem manter a comunicação com os colaboradores, assim como acompanhar o seu desempenho, de forma remota.
Se antes o teletrabalho era uma realidade ainda não massificada nas rotinas das organizações, agora é uma realidade transversal a todos os colaboradores, de presente e futuro. Neste novo contexto, a importância das iniciativas de integração dos colaboradores passou a ganhar ainda maior destaque, assim como a preocupação em apoiar o seu bem-estar, tanto a nível físico como mental.
1. Trabalhar à distância
O trabalho à distância está a tornar-se rapidamente o novo normal. Embora esta tendência tenha vindo a crescer nos últimos anos, a situação da COVID-19 trouxe-a definitivamente para primeiro plano. Muitas empresas adoptaram em pleno o modelo de trabalho remoto e esta continuará a ser, sem dúvida, uma das grandes tendências em 2021.
2. Bem-estar dos colaboradores
Em 2020 houve uma mudança nas prioridades. As empresas passaram a interagir com os seus colaboradores com uma maior frequência. Houve um esforço adicional para que o contacto fosse mantido, quer através de rápidas conversas virtuais, quer através de eventos à distância ou momentos de descontração e partilha, promovidos pelas organizações
De igual forma, temas como o bem-estar e saúde mental passaram a estar na agenda dos departamentos de Recursos Humanos, procurando assegurar um ambiente laboral e uma cultura organizacional mais feliz e equilibrada. O bem-estar dos colaboradores passou a ser considerado uma parte crucial da produtividade e do desempenho, sendo que grande parte das empresas estão a procurar uma abordagem cada vez mais integrada, aliando a saúde física à mental e emocional. Para tal, as empresas necessitam de questionar as suas equipas sobre o que realmente valorizam e de que forma se podem sentir bem e mais próximas.
A própria lógica de benefícios ou regalias, tão simples e frequentes como a disponibilização gratuita de água, fruta, máquinas de café, ou outras, terá necessariamente de ser repensada, tendo em conta que a grande maioria dos colaboradores permanece e permanecerá em regime remoto e fora dos escritórios.
Os programas agora desenvolvidos deverão concentrar-se em áreas como: apoio emocional/saúde mental online; bem-estar financeiro; equilíbrio trabalho/vida; criação de relações significativas com colegas de trabalho; serviços de telemedicina, entre outras possibilidades. As empresas terão de rever as suas políticas de benefícios para assegurar que se adaptam aos novos modelos de trabalho e às novas necessidades das suas equipas.
3. Recrutamento orientado pela Inteligência Artificial
Os algoritmos baseados na IA, combinados com um aumento da computação em cloud, permitiram uma rápida mudança na forma como os recrutadores encontram talento. A IA para a gestão de pessoas ajuda a compreender o perfil destas a um grau sem precedentes – recorrendo a uma variedade de fontes, incluindo a sua atividade nas redes sociais.
O mundo mudou rapidamente ao longo dos últimos meses. Embora esta mudança possa parecer temporária, é esperado que provoque comportamentos que transformarão o futuro do trabalho de forma permanente. E, por isso é essencial que os departamentos de Recursos Humanos e as equipas de recrutamento se mantenham a par das últimas tendências tecnológicas na gestão do capital humano, para que estejam em posição de se adaptar rapidamente a novas realidades do mercado laboral.
Artigo publicado em Human Resources