Em Portugal, verifica-se uma grande dinâmica no que diz respeito à captação de talento perante a situação atual do sector das TI, o que provoca crescentes desafios no recrutamento. Esta é uma área de «pleno emprego». No entanto, as organizações são cada vez mais, exigentes nos perfis que recrutam, procurando sobretudo recursos capazes de serem ágeis e de se adaptarem de forma rápida às contantes inovações do sector.
E em relação aos candidatos, quais são as suas maiores motivações, neste momento? O interesse e a relevância do projeto, a posição e o impacto que poderão ter na organização, a diversidade de oportunidades, um ambiente saudável e a possibilidade de progressão de carreira e de desenvolvimento de competências são alguns dos aspetos mais valorizados no momento de tomar a decisão de mudar ou não de emprego.
Face à alteração das prioridades dos talentos, cabe às organizações apostar numa efetiva estratégia de employer brand, que deverá incluir formação e qualificação contínua. Uma estrutura de formação eficiente, conjugando a aprendizagem on-the-job e academias internas de formação, em que o conhecimento é partilhado entre talentos, com meios on-line e desenvolvimento autónomo, assegura diversas vantagens para qualquer organização e para os seus colaboradores.
Apoiar o desenvolvimento individual é fomentar a produtividade, a motivação e, consequentemente, a probabilidade de sucesso da organização. Corresponder às expectativas de formação dos talentos, incentivando o desenvolvimento das suas carreiras, contribui diretamente para a sua satisfação e a sua realização profissional.
Assim se constrói a base para um melhor desempenho e para o sucesso das equipas. Pessoas com formação especializada requerem um menor investimento em supervisão, e com formação regular torna-se mais fácil identificar oportunidades, tanto a nível interno como no contexto do mercado.
Desta forma, ao dar resposta a uma necessidade com valor crescente no mercado, verifica-se um aumento na taxa de retenção e uma reputação valorizada junto de potenciais talentos, sendo que a constante atualização e expansão do conhecimento leva ainda a uma maior flexibilidade e à redução do tempo de aprendizagem, skills atualmente imprescindíveis em qualquer organização. No mercado de TI, por exemplo, é essencial acompanhar as tendências e maximizar o potencial das ferramentas desenvolvidas. Compete às organizações garantir que toda a informação está disponível, atual e ao alcance das equipas.
É evidente que, como acontece com qualquer tipo de investimento, é preciso garantir que existe um planeamento adequado às expectativas das equipas, com a frequência necessária para a aquisição de conhecimento de forma conciliada com o cumprimento das suas funções. Todas as atividades formativas devem ter resultados mensuráveis que permitam uma melhoria contínua.
Acreditamos que os próximos anos continuem a ser bastante dinâmicos, competitivos e com novas exigências, quer no que diz respeito à captação de perfis de TI, quer à retenção dos talentos nas organizações, uma vez que todos os perfis deste sector serão constantemente alvo de aliciamento por parte de outras empresas, nacionais ou até mesmo internacionais. Ganha quem conseguir atrair a pessoa certa para o lugar certo e quem conseguir corresponder às prioridades dos talentos, contribuindo para a sua retenção.
*Artigo originalmente publicado em Human.